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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Morte e a Busca de Sentido para a Vida



Na história da filosofa, a morte é um tema par excelecia. Quiçá, asseguram alguns estudiosos, seja até mesmo a genetriz dos raciocínios filosóficos, visto que com a consciência da morte, sobrevêm grandes questões existenciais. Assim sendo, embora pareça um tanto paradoxal, a temática da morte nos faz refletir sobre o sentido da vida.

Realmente, não podemos negar que ela é como uma sombra oculta a cada passo que damos, guiando-nos em direção ao derradeiro desfecho. Sem exceções a morte leva reis e plebeus, ricos e pobres, religiosos e ateus. Aliás, não só nós, humanos, mas tudo o que é vivo, formando um ciclo inevitável de vida e morte.

Confirmando esta realidade, o escritor francês Leon Denis (1846-1927) asseverou-nos, na sua obra Além da Morte, que a transição da morte não se dá unicamente com o ser humano, mas que as próprias civilizações participam deste ciclo.

Nas palavras de Leon Denis:

Vi, deitados nos seus sudários de pedra ou de areia, as cidades famosas da Antiguidade, Cartago, com brancos promontórios, as cidades gregas da Sicília, o campo de Roma, com seus aquedutos trincados e túmulos abertos, as necrópoles que dormem seu sono de vinte séculos sob a cinza do Vesúvio. Vi os últimos vestígios das cidades antigas, outrora formigueiros humanos, hoje, ruínas desertas que o sol do Oriente calcina com suas ardentes carícias. (DENIS, p.11, 2004)

Seguindo na esteira desta realidade surgem, então, profundos focos de questionamentos existenciais que levam, como nos dizia Schopenhauer, a angustiadas buscas de significação.

De qualquer forma, parece-nos manifesto que a preocupação dos grandes filósofos não está exatamente com o morrer, mas com as implicações existenciais do viver perante a realidade da morte como transição final inevitável desta personalidade. Isto fica evidente nas palavras de muitos grandes filósofos. Lucrécio, por exemplo, afirmava não temer a morte, pois onde ela estivesse ele não estaria. Sócrates, no belo diálogo Fédon, também afirmou não temer a morte, pois assim poderia estar entre os deuses e os grandes nomes que já partiram. Portanto, reiteramos que a morte, em si, não é o grande problema, mas as questões que surgem ao pensar nela sim. Por que estou aqui? O que me faz lutar pela vida se no fim tudo acabará? Quem sou eu? Qual o sentido da vida? Para onde estamos rumando? Entre outras muitas questões que surgem com a consciência de nossa morte física.

Grandes questões como estas formam a própria história da filosofia desde os seus primórdios. Respondê-las tornou-se a vida de muitos filósofos e gerou fantásticos sistemas de pensamento que revolucionaram o caminho da humanidade. Ou seria um exagero dizer que a consciência de nossa finitude física tenha impulsionado grande parte dos nossos questionamentos filosóficos? Creio que não. Pode parecer paradoxal, mas a consciência da morte impulsiona a busca de sentido da vida.

REFERÊNCIAS:

DENIS, Leon. Depois da Morte. São Paulo: FEB, 2005.

PLATÃO. Fédon. Tradução: Miguel Ruas.São Paulo: Martin Claret, 2004.

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