Compre meu livro - Explorações Extrafísicas

Compre aqui o livro 'Explorações Extrafísicas'

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Grande Iniciados - Eliphas Levi

 

ELIPHAS LEVI

 

Por Prof. Guilherme Fauque

Dentre os grandes mestres do pensamento ocultista figura alguém do qual é quase impossível não se falar nos dias de hoje quando nos referimos a tradição magista contemporânea. Ele foi um dos grandes nomes do esoterismo ocidental, além de um grande iniciado na Alta Magia. Escreveu obras que até hoje, mais de um século depois de sua transição, ainda é leitura obrigatória a todo pesquisador das artes mágicas que se prese. Estou falando de ninguém menos do que Alphonse Louis Constant (1810-1875), ou, mais comumente chamado de Eliphas Levi.

Vivendo em uma época onde já não mais precisava se preocupar com as garras da mal fadada inquisição, ainda assim, Eliphas Levi vivia em um momento marcado pela repulsa aos temas ocultistas pela, então crescente, ciência materialista. Desta feita, embora não sofresse perigo de morte mediante a Inquisição, sofreria com a repulsa científica às suas pesquisas.

Curiosamente, Eliphas Levi iniciou-se na busca espiritual, aos 10 anos de idade, num presbitério de Saint Louis, onde foi apresentado aos rudimentos do Catolicismo. Aos 15 foi admitido ao Seminário de Saint Nicolas du Cardonnet em regime de internato. Aos 20 anos foi enviado ao Seminário de Issy, onde estudou Filosofia e, dois anos depois, iniciou seus estudos em Teologia em Saint-Sulpice, sendo, por fim, ordenado subdiácono.

Neste momento, Levi foi incumbido de ser o catequista de um grupo de meninas, onde veio a conhecer Adéle Allenbach, uma adolescente enfermiça, porém, conta-se, de uma beleza virginal.

Levi tomou-se de uma paixão terna pela moça. Contudo, não a desejava como mulher, mas a venerava como uma deusa, num típico caso de amor platônico.

Logo, Levi foi ordenado Diácono e, um ano depois, nos seus 26 anos, prestes a se tonar um sacerdote, confessou aos seus superiores o seu amor platônico por Adéle Foi então que sofreu um duro golpe. Levi foi afastado da vida religiosa. Para piorar seu suplício, a mãe de Levi, ao receber a notícia do afastamento do filho da vida religiosa, acabou suicidando-se.

Longe da vida religiosa, trabalhou como pintor e jornalista por algum tempo. Mas, em 1839, três anos após sua expulsão da Igreja Católica, ingressou na comunidade Solesmes, onde debruçou-se sobre os livros estudando sobre os primeiros padres da Igreja, sobre o Gnosticismo e, pela primeira vez, tendo contato com livros de cunho ocultista. Estas novas concepções espiritualistas abriram a mente do jovem Levi, libertando-o de ideias agrilhoadas que até então tinha.

Assim, com novas concepções sobre a espiritualidade, Levi abandonou Solesmes e procurou ganhar a vida com empregos conseguidos aqui e acolá. Contudo, sua grande vontade, agora, era escrever um livro revelando as descobertas de fé que havia adquirido, libertando as pessoas dos dogmas arraigados de uma fé distorcida.

Levi publicou um audacioso livro chamado A Bíblia da Liberdade, que lhe rendeu uma multa de 300 francos e 8 meses de prisão. No entanto, isso não dissuadiu Levi de desvendar os mistérios e dogmas da fé. Aos 31 anos publicou O Livro das Lágrimas.

Logo, Levi veio a casar-se com Marie Noémi, com quem teve uma filha que nasce enfermiça, tendo sobrevivido somente até os 7 anos de idade, causando grande sofrimento a Eliphas Levi, levando, provavelmente, a separação do casal em 1854.

Para aplacar seu sofrimento, dedicou-se aos seus estudos, onde estreitou laços de amizade com o grande ocultista inglês Edward Bulwer-Lytton, escritor da novela iniciática Zanoni. Consta que iniciou-se e realizou experiências mágicas junto a Lytton, mas, obviamente, manteve-se em silêncio sobre isso. Embora não possamos saber ao certo, diz-se que juntos, em um final de semana de julho de 1854, realizaram rituais de Alta Magia envolvendo visões de Cristo, São João e Apolônio de Tiana. Nesse mesmo ano, Levi fez um retiro para dedicar-se ao estudo da Cabalá, na qual descobriu ser uma grande síntese religiosa, filosófica e científica da ciência mágica tradicional do Ocidente, representada no Livro de Toth, com suas 22 páginas (os 22 arcanos maiores do Taro) em correspondência com as 22 duas letras do alfabeto sagrado (Hebraico).

A título de curiosidade, foi neste mesmo ano de 1854 que nasceu o grande ocultista Samuel Liddel Matters, fundado da Ordem Hermética da Golden Dawn, que revolucionou o ocultismo ocidental.

Como resultado dos estudos de Levi tivemos as suas mais representativas obras: Dogma e Ritual de Alta Magia, História da Magia e Chave dos Grandes Mistérios.

Levi viveu uma vida digna e humilde, dedicado aos estudos, a prática espiritual e ao silêncio. Morreu aos 65 anos, em 1875, rodeado de amigos e contemplando serenamente um crucifixo.

Neste mesmo ano nasceram Carl Gustav Jung, Edward Alexander Crowley e deu-se a fundação da Sociedade Teosófica.

Referência para este artigo:

LEVI, Eliphas. Dogma e Ritual de alta Magia. São Paulo: Madras, 2018.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pensando sobre a Pesquisa Austríaca sobre EQM

Olá amigos O artigo recentemente publicado pelos pesquisadores austríacos no que tange as experiências de quase morte, apesar de uma longa p...