Abril 19, 2023
O estudo dos estados de fase (sonhos lúcidos, experiências fora do corpo, etc.) geralmente é um campo desafiador porque é difícil ter acesso a experiencias subjetivas. Quando se trata de experiências de quase morte (EQM), os pesquisadores normalmente analisam os relatos dos sobreviventes. Recentemente, entretanto, cientistas da Austria – Sterz, Berger, Ruzicka e Beisteiner – decidiram tentar uma metodologia diferente em um experimente conduzido por sete anos.
O time de pesquisadores colocara um notebook acima da cama (dois metros acima do chão) no departamento de emergência com a tela virada para o teto. A suposição era de que somente aqueles que tivessem experiencias fora do corpo e estivessem olhando de cima para baixo seus corpos, seriam capazes de ver o conteúdo projetado na tela. O dispositivo mostrava imagens que mudavam randomicamente a cada conjunto de algumas horas. As figuras não eram publicadas em lugar algum e não eram conhecidas nem mesmo da equipe de pesquisadores. Entretanto, o histórico das projeções eram armazenados no computador, permitindo que os dados e a hora da imagem projetada pudesse ser determinada.
Finalmente, os pesquisadores selecionaram 126 pacientes que tinham passado por um ataque cardíaco. Destes, somente vinte (20) relataram experiencias mais ou menos interessantes, e somente cinco (5) casos foram classificados com EQM no sentido estrito do termo. Três indivíduos relataram ter encontrado partes falecidos, um teve uma experiencia de quase morte, e outro entrou em um túnel colorido. Como os autores notaram, quanto mais rápidas as medidas de ressuscitação cardíaca pulmonar eram feitas, maiores eram as probabilidades de memórias detalhadas.
Somente uma vez, durante todo o experimento, os pesquisadores sentiram que sua paciência havia sido recompensada e o paciente descreveu uma das imagens randômicas. Uma mulher relatou ver flores e compreendeu naquele momento que deveria voltar. Entretanto, o histórico das projeções de imagens não relatou nada em comum com o relato da paciente. Pode parecer que o experimento falhou, mas de acordo com os autores, ele na verdade confirmou que a consciência depende unicamente das funções cerebrais.
Além disso, os autores controlaram a
auto-sugestão. Dois terços das pessoas que responderam a pesquisa eram familiares
com o conceito de EQM, mas de acordo com os pesquisadores, isso não afetou suas
percepções. Os pesquisadores destacaram uma mulher como um caso particularmente
impressionante, pois ela relatou nunca ter ouvido falar de EQMs antes do seu
estado de morte clínica e somente começou a busca informações sobre o fenômeno
depois de sua experiência.
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